PEC da impunidade tem
apoio da maioria dos deputados
por Rodrigo Stutz
Em oito de junho de 2011 o deputado federal, Lorival Mendes
(PT), apresentou na Câmara a Proposta de Emenda à Constituição denominada PEC
37/2011 com o objetivo de definir a competência para a investigação criminal
pelas polícias federal e civil dos estados e do Distrito Federal.
O deputado federal Júlio Campos (DEM-MT), fez parte da
comissão especial que analisa o projeto e afirma que no Congresso, a maioria
dos deputados é a favor da proposta, pois para eles a competência do MP seria
de fiscalização da lei e não de investigação. “O Ministério Público está
fazendo terrorismo contra a PEC, mas o MP existe para ser fiscalizador da lei”,
dispara Júlio em entrevista ao site RD News.
Em suma o Ministério Público - MP entende que esta LEI
complementar tira o poder de investigação do MP e remete esta competência a
instituições ligadas diretamente ao Estado e aos poderes políticos. Para o MP se
aprovada, a emenda praticamente inviabilizará investigações contra o crime
organizado, desvio de verbas, corrupção, abusos cometidos por agentes do Estado
e violações de direitos humanos.
O projeto ficou conhecido como PEC da impunidade e uma série
de movimentos contra começam a surgir em todo o país com a realização de
abaixo-assinados e atos públicos em vários municípios do Brasil com intenção de
orientar a população sobre o perigo de se aprovar esta LEI Complementar. O site
oficial do Ministério Público do Paraná informa que em todo o mundo, apenas
três países vedam a investigação do MP: Quênia, Indonésia e Uganda.
Para o MP os grandes escândalos sempre foram investigados e
denunciados pelo Ministério Público que tem grande credibilidade diante da
população. Uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, em 2011, comprova o MP como
a terceira entidade de maior credibilidade do Brasil, ficando atrás apenas da
Igreja e das Forças Armadas.
As polícias federal e civil dos estados e do Distrito
Federal são comandadas por profissionais subordinados ao governador do estado e
ao presidente do Brasil, ambos os cargos políticos ligados a instituições
partidárias que em sua maioria são investigadas pelo MP quando envolvidas com
escândalos de corrupção.
Aprovar a PEC 37 seria como um funcionário ter que investigar
o próprio patrão, é notório a tentativa desesperada e corporativista da classe
política em desqualificar e diminuir o poder daquele que vem, nos últimos anos
investigando, condenando e punindo a corrupção no Brasil de forma veemente.
Para quem desejar assinar o abaixo assinado contra a PEC 37 basta entrar no
site www.mp.pr.gov.br e clicar no link
“vote contra a PEC 37”.
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