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sexta-feira, 17 de maio de 2013

COMTUR pede a preservação da Estrada de São Rafael


Realizada nesta quarta (08) reunião do Conselho Municipal de Turismo de Rolândia - COMTUR na Pousada das Alamandas para deliberar sobre a histórica estrada de São Rafael. Segundo o presidente do COMTUR, Jaime Freiberger, foi encaminhado pelo Conselho Municipal de Planejamento Urbano - CEPLAN uma solicitação de parecer quanto ao pedido de uma loteadora que visa transformar em perímetro urbano, parte da Gleba Roland, área rural que margeia a Estrada de São Rafael. O objetivo é lotear e vender para construção residencial naquela região. O CEPLAM aguarda parecer do COMTUR antes de responder a solicitação da empresa.

Colocado o tema em pauta os conselheiros discutiram sobre a necessidade de se preservar a Estrada de São Rafael, por sua história e fundamental importância para o município.
Jaime Freiberger fala da importância de salvaguardar os caminhos de São Rafael. "Nós entendemos que tem que ser estudado uma forma que não interfira no crescimento da cidade, mas que ao mesmo tempo proteja os caminhos de São Rafael", esclarece Freiberger.

Ele ainda explica que a câmara de vereadores não precisa, necessariamente, dos pareceres dos conselhos para aprovar projetos, porém dificilmente aprova um projeto se os conselhos derem pareceres contrários. Cada conselho municipal responde por especificidades técnicas e por isso é de suma importância que o Executivo e Legislativo levem em conta os pareceres destes conselhos.

foto By Farina
Diante do exposto foi definido por unanimidade que será dado parecer contrário ao loteamento das imediações do São Rafael. Em entrevista por telefone, Sabine Giesen afirma que a estrada de São Rafael é extremamente importante para o município e dependendo dela como prefeita a estrada será preservada sim. Ela entende a importância do progresso do município, porém leva em consideração o turismo e a preservação da história de Rolândia.

Participaram da reunião, representantes do CEPLAM, da associação dos engenheiros e arquitetos de Rolândia, da secretaria de planejamento, estudantes de história da UEL, os proprietários da Pousada das Alamandas e o presidente da associação comunitária São Rafael.
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Alerta pela preservação da estrada de São Rafael
Catarina Schauff, membro da associação dos engenheiros e arquitetos de Rolândia, explica que é preciso ser colocada uma diretriz específica para a estrada de São Rafael objetivando não perder suas características. "A cidade e os loteamentos precisam crescer, mas nós temos que preservar este espaço", orienta Schauff. O professor José Marques Filho alerta que caso seja aprovado este loteamento certamente outros virão e a estrada de São Rafael será destruída junto com a história de Rolândia. O conselheiro Gilberto São João ressalta que esta estrada tem tanta importância quanto o já demolido Hotel Rolândia, que foi o marco zero da cidade. Roger Ronald Appel é conselheiro do CEPLAM e fala que Rolândia literalmente nasceu nesta área e cresceu historicamente a partir dela. Segundo Appel em 1933 topógrafos ingleses já faziam o levantamento desta região histórica de Rolândia que hoje deve continuar preservada.

Políticas de preservação

Complexo São Rafael pode ser tombado como patrimônio Histórico de Rolândia devido sua importância regional e internacional
A preservação da Geba Roland, conjunto São Rafael não diz respeito apenas a Rolândia, mas a toda região. Rolândia tem a guarda deste patrimônio e deveria se orgulhar disso.
Segundo o doutor em história e professor da Universidade Estadual de Londrina - UEL Marco Antonio Neves Soares, alterar a LEI de zoneamento para mudar o status daquela região será mais um equívoco do poder público de Rolândia na gestão de seus bens culturais e patrimoniais. Essa série de equívocos do poder executivo, legislativo e muitas vezes até por omissão do judiciário fez com que uma parte importante da memória do Norte do Paraná fosse perdida como exemplo a demolição do Hotel Rolândia. "Os três poderes não podem deixar a especulação imobiliária depredar o patrimônio histórico da região", alerta Soares.
Ele conta que a cidade deve ser ouvida e mobilizada, pois a população tem uma ligação histórica, patrimonial e afetiva com esta região. Também o Ministério Público deve ser instigado a se pronunciar sobre a questão, pois tem a função constitucional de proteger o patrimônio juntamente com a sociedade civil organizada.

Estrada de São Rafael em Frankfurt
De junho de 2013 a junho de 2014 será o ano Brasil Alemanha e em outubro deste ano Rolândia estará em exposição na feira internacional do livro em Frankfurt. Um dos stands será sobre Rolândia, especificamente sobre a estrada de São Rafael e a imigração no Norte do Paraná. "Uma história reconhecida internacionalmente, mas que às vezes a população e o poder público viram as costas", lamenta o doutor em história e professor da UEL Marco Antonio Neves Soares.

A primeira capela de Rolândia

Geraldo Lonardone, 74 anos, é presidente da Associação São Rafael e fala da importância de se conservar o complexo que compreende a capela, o cemitério, a antiga escola e a estrada. Ele conta que todo mês tem casamentos na capela que é a primeira de Rolândia. "É a igreja 'mãe' da paróquia São José", conta Lonardone. Ele fala que constantemente estudantes da UEL, e pessoas até de outros países vêm visitar os caminhos de São Rafael.

Caminhos de São Rafael
O chefe da EMATER Rolândia e membro do COMTUR, Gilberto São João conta sobre o projeto "Caminhos de São Rafael". Se trata de um roteiro de turismo rural desenvolvido em 2006 que se inicia na estrada de São Rafael, passando pela pousada das Alamandas, Spa Recanto das Figueiras com o Museu do Imigrante, Cemitério dos Alemães, a Igrejinha de São Rafael, propriedades com características da época da colonização e fazendas gastronômicas. O caminho continua passando pela comunidade do Deizinho do Vermelho e Bartira chegando até o KM 10 finalizando no restaurante Porco no Tacho e também na Fazenda Bimini. Esta atividade turística teve como objetivo atrair turistas gerando renda e desenvolvimento sustentável para o município. "O turismo é uma indústria que não polui", finaliza São João.

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