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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Morte de peixes assusta agricultor

Agricultor José Aparecido da Silva
Preocupado com o número de peixes que apareceram mortos em um córrego que passa por sua propriedade, arrendatário recorre ao IAP e secretaria, mas se diz ignorado

O agricultor José Aparecido da Silva relata que uma grande quantidade de peixes apareceram mortos em um afluente do córrego Pirapora, que passa pela propriedade da Fazenda Janeta. Segundo ele o fato aconteceu na sexta-feira (14) da semana passada, e desde então ele vem tentando contato com o IAP (Instituto Ambiental do Paraná) e com a secretaria de Meio Ambiente de Rolândia.

Silva se diz preocupado principalmente pelo fato de usar a água para irrigar a plantação de verduras e legumes que são vendidos para as escolas municipais de Rolândia.

Na última terça (18) estiveram no local os técnicos da secretaria de Meio Ambiente Paulo Lovato e Paulo Roberto de Oliveira. Segundo o agricultor os técnicos informaram que levariam a água e os peixes para análise, porém foram embora sem a água e ao sair da propriedade jogaram os peixes fora.

Com o IAP Silva afirma ter conseguido contato também na terça, porém a informação passada foi que os técnicos não tinham viatura para ir ao local. A pessoa que o atendeu apenas pegou seus dados e até a última quinta (20) ninguém retornou a ligação ou esteve no local.
Silva se diz preocupado principalmente pelo
fato de usar a água para irrigar a plantação
de verduras e legumes que são vendidos
para as escolas municipais de Rolândia.

Paulo Lovato foi procurado e confirmou ter jogado o peixe fora devido ao avançado estado de
decomposição. “Era inviável fazer qualquer tipo de análise, o peixe estava desmanchando”, esclarece.

Lovato informou que estará retornando ao local para analisar o arredor do córrego e as propriedades vizinhas, pois há possibilidade de se tratar de contaminação da água por agrotóxicos ou alguma atividade sazonal, já que o caso é isolado e nunca havia ocorrido na região. “Vamos fazer todas as investigações necessárias para descobrir a causa e evitar maiores danos ao meio ambiente e até mesmo às pessoas que consomem aquela água”, garante. 

Quanto às verduras e legumes Lovato afirma não ter perigo, pois se trata de água corrente e o que ocasionou a morte dos peixes certamente não está mais na água.

O chefe do IAP, Raimundo Maia Campos Junior explica que Silva foi atendido por um estagiário que não repassou a denúncia para os técnicos. Na sexta-feira (21) estiveram no local um técnico e um fiscal e captaram amostras da água dos peixes e do solo para análise. Raimundo também entrou em contato com o biólogo da UEL, Paulo Cesar Meletti que fez análise da água e levou dois peixes para a universidade.

Biólogo da UEL faz alerta

O biólogo Paulo Cesar Meletti, doutor em engenharia ambiental e professor na UEL (Universidade Estadual de Londrina) esteve no local a convite do ambientalista Adrian Saegesser

O biólogo Paulo Cesar Meletti
realizou uma série de exames na água
O doutor realizou uma série de exames na água e constatou que as condições dela neste momento dizem muito pouco sobre o que aconteceu naquele dia devido ao evento já ter acontecido há quase uma semana, também pelo estado de composição dos peixes e pela água ser corrente. 

Porém Meletti levou dois peixes para que um especialista tente fazer maiores análises na UEL.

Ele relata que geralmente os motivos para a morte de peixes são: a falta de oxigênio na água ou a contaminação, tanto por indústrias através de seus efluentes quanto pelas lavouras por meio de aplicações de grandes quantidades de agrotóxicos.
Com as análises ele descartou a hipótese de falta de oxigênio, pois em suas medições o índice está dentro do padrão e o fato de que a maioria dos peixes encontrados ter sido da espécie muçum, parecido com a piramboia que dificilmente morre por falta deste gás.

O professor ressalta que pelo tamanho dos peixes estima-se uma quantidade superior a 100 exemplares mortos. “Quantidade considerável que deve ser investigada pelas autoridades ambientais”, afirma.
 Ele destaca que caso isso volte a acontecer o IAP e a Secretaria de Meio Ambiente devem comparecer imediatamente para coletar a água e os peixes, e assim identificar o motivo das mortes em análises laboratoriais.  “Que isso sirva de alerta para as autoridades, já que o rastreamento da qualidade de nossos riachos, ribeirões, rios, ainda é muito precário”, lamenta.

O ambientalista Adrian Saegesser aponta que a população paga os órgãos públicos para agir em casos como este, porém o IAP e a Secretaria de Meio Ambiente não são atuantes como deveriam. 

Ele destaca que não é aceitável que um evento que aconteceu na sexta-feira passada não tenha nenhuma resposta de concreto até agora. O agricultor ainda permanece na insegurança de saber se pode ou não continuar usando a água. “Nós pagamos estes órgãos, mas eles não funcionam”, dispara. 

Adrian ressalva que deveria ser de interesse das autoridades públicas saber o que acontece com essa água, principalmente pelo fato de que o agricultor fornece para as escolas, verduras e legumes irrigados com ela.





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