Décio Gazonie e Samuel Roggia e Irineu Sella, presidente do Sindicato |
Convidada pelo Sindicato Rural Patronal de Rolândia a
Embrapa dá palestra aos agricultores
ressaltando a importância do Manejo Integrado de Pragas (MIP) e mostrando a grandeza
do agronegócio para o Brasil
O evento foi realizado na última segunda (11) no auditório
da Corol e as palestras foram ministradas pelos pesquisadores Décio Gazonie e
Samuel Roggia.
Para Irineu Sella, presidente do Sindicato estas palestras
vem para ressaltar a importância do Manejo Integrado de Pragas em Rolândia e
região. Segundo ele está ocorrendo o aumento da resistência das pragas devido à
utilização de agrotóxicos em excesso nas lavouras. Ele garante que isso, além
de prejuízo econômico traz perdas ambientais enormes prejudicando todo o
sistema natural de controle de pragas. “A natureza interage com a praga e à
medida que provocamos um desiquilíbrio ambiental com o uso incorreto de
agrotóxicos tornamos cada vez mais difícil o controle”, explica.
Daniel Rosenthal, vice-presidente do sindicato afirma que se
o produtor não cuidar das pragas de modo sustentável o custo de produção por
saca de soja vai se tornar inviável. “Para termos lucro é preciso muito cuidado
e critério ao aplicar o inseticida”, alerta. Rosenthal conta que a Embrapa
atendeu prontamente o pedido do Sindicato no sentido de trazer orientações e
subsídios técnicos aos agricultores.
O chefe do escritório da Emater Rolândia, Gilberto São João
reafirma a importância do MIP e conta que duas áreas em Rolândia estão sento
utilizadas para testes do manejo integrado. Ele garante que a lagarta tem
controle, mas é preciso que o agricultor confie mais nas pesquisas da Embrapa e
menos nos vendedores de veneno que querem obter lucros muitas vezes sem os
devidos critérios de sustentabilidade.
O agricultor Moacir Canônico, participou da palestra e entende
que o MIP é uma ferramenta importante, pois diminuem os custos, protege os
inimigos naturais destas pragas e consequentemente aumenta os lucros. “É uma excelente
iniciativa do sindicato em fazer um evento como este”, finaliza.
O que é a lagarta e
como combatê-la
O pesquisador Samuel Roggia ressaltou a importância do MIP e
com base nisso ele deu subsídios técnicos para a defesa da lavoura e combate de
uma nova praga que está aterrorizando os produtores rurais. Ele palestrou sobre
a Helicoverpa Armigera, uma nova lagarta que vem causando prejuízos
principalmente às plantações de milho, soja e algodão. Roggia tratou sobre o
reconhecimento da lagarta no campo, método correto de amostragem e ferramentas
para determinar a necessidade de controle. Foram dadas orientações sobre a escolha de
produtos que sejam seletivos a inimigos naturais da praga tendo menos impacto
no ambiente. O pesquisador explica que o primeiro resultado positivo no MIP é a
correta proteção da lavoura e ao mesmo tempo usar os produtos de forma racional
de modo que o agricultor tenha um bom retorno econômico sem perdas de
produtividade. Para a defesa e combate
da lagarta, Roggia explicou que é preciso seguir as orientações técnicas e
mostrou que o nível de ação na fase vegetativa da soja é comprovadamente de
quatro lagartas pequenas por metro linear da rua de soja ou 30% de desfolha. “Não
podemos aplicar inseticidas nem de forma preventiva e nem tardiamente”,
garante.
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O agronegócio leva o
Brasil nas costas
Os produtores rurais puderam adquirir conhecimentos
relevantes através das experiências passadas pelo renomado pesquisador da
Embrapa Décio Gazonie que explanou sobre o agronegócio brasileiro e do grande
potencial econômico que a agricultura tem no país.
Ele ressalta que o Brasil, há 40 anos era um importador de
alimentos e hoje o país é o maior exportador liquido de produtos agrícolas do
mundo. Segundo ele o saldo da balança comercial de agronegócios este ano será de
90 bilhões de dólares. Gazonie ressalta que nesses 40 anos a área cultivada no
Brasil expandiu em torno de 30%, porém a produção subiu 230% e com isso a
produtividade dos agricultores cresceu 130%. “É um ganho de eficiência muito
grande, o país exportava cerca de 1 bilhão de dólares e hoje passa de 110
bilhões”, explica. Ele afirma que o agricultor ganhou muito em eficiência no
campo o que reduziu drasticamente o preço que o cidadão paga na comida. “O
agricultor esta produzindo cada vez mais, melhor e mais barato”, comemora.
Para Gazonie toda essa evolução é devido à melhoria de
gestão e ao uso de tecnologia adequada. Significa que o produtor rural deve
seguir as recomendações técnicas, de manejo, saber comprar e vender. Ele afirma
que para isso o associativismo é fundamental com a participação dos sindicatos e
cooperativas em todo esse processo.
Ele finaliza mostrando que o agronegócio corresponde a 1/3
do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. Ele faz um comparativo dizendo que o
PIB deve crescer em 2013 cerca de 2,5%, porém o PIB do agronegócio cresce 14,7%.
“Se nos tirarmos o agronegócio dessa equação o Brasil terá crescimento negativo”,
alerta. Um dado relevante passado por Gazonie é que 37% dos empregos da nação são
gerados pela agricultura. “O Agronegócio carrega o Brasil nas costas”, garante.
O pesquisador entende que o governo não está devolvendo para
o agronegócio a mesma contra partida que está recebendo, pois o país é altamente
eficiente no que se refere á produção de sementes, insumos, maquinas e
implementos. Também na produção agrícola de grãos, frutas, hortaliças e
pecuário, mas perde grande parte da competitividade com péssima estrutura de armazenagem
e transporte. “O Brasil claramente é a bola da vez e se resolver esses gargalos
de infraestrutura e logística certamente explode nos próximos anos”, garante.
Gazonie é incisivo quando afirma que o nome do jogo é
sustentabilidade. Ele explica que a sociedade global cada vez mais se atenta
para a produção com responsabilidade ambiental e social. Os processos de
cerificação por parte dos importadores cada vez mais vão querer saber se os produtores
estão cortando arvores, se tem mata ciliar, se está poluindo rio, se usa muito
veneno, se está tratando dignamente os colaboradores. “Temos que produzir cada
vez melhor”, reafirma.
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