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sexta-feira, 22 de novembro de 2013

MIP pode salvar a colheita e aumentar os lucros no campo

Décio Gazonie e Samuel Roggia e Irineu Sella, presidente do Sindicato
Convidada pelo Sindicato Rural Patronal de Rolândia a Embrapa dá palestra aos agricultores ressaltando a importância do Manejo Integrado de Pragas (MIP) e mostrando a grandeza do agronegócio para o Brasil

O evento foi realizado na última segunda (11) no auditório da Corol e as palestras foram ministradas pelos pesquisadores Décio Gazonie e Samuel Roggia.

Para Irineu Sella, presidente do Sindicato estas palestras vem para ressaltar a importância do Manejo Integrado de Pragas em Rolândia e região. Segundo ele está ocorrendo o aumento da resistência das pragas devido à utilização de agrotóxicos em excesso nas lavouras. Ele garante que isso, além de prejuízo econômico traz perdas ambientais enormes prejudicando todo o sistema natural de controle de pragas. “A natureza interage com a praga e à medida que provocamos um desiquilíbrio ambiental com o uso incorreto de agrotóxicos tornamos cada vez mais difícil o controle”, explica.

Daniel Rosenthal, vice-presidente do sindicato afirma que se o produtor não cuidar das pragas de modo sustentável o custo de produção por saca de soja vai se tornar inviável. “Para termos lucro é preciso muito cuidado e critério ao aplicar o inseticida”, alerta. Rosenthal conta que a Embrapa atendeu prontamente o pedido do Sindicato no sentido de trazer orientações e subsídios técnicos aos agricultores.


O chefe do escritório da Emater Rolândia, Gilberto São João reafirma a importância do MIP e conta que duas áreas em Rolândia estão sento utilizadas para testes do manejo integrado. Ele garante que a lagarta tem controle, mas é preciso que o agricultor confie mais nas pesquisas da Embrapa e menos nos vendedores de veneno que querem obter lucros muitas vezes sem os devidos critérios de sustentabilidade.
O agricultor Moacir Canônico, participou da palestra e entende que o MIP é uma ferramenta importante, pois diminuem os custos, protege os inimigos naturais destas pragas e consequentemente aumenta os lucros. “É uma excelente iniciativa do sindicato em fazer um evento como este”, finaliza.

O que é a lagarta e como combatê-la

O pesquisador Samuel Roggia ressaltou a importância do MIP e com base nisso ele deu subsídios técnicos para a defesa da lavoura e combate de uma nova praga que está aterrorizando os produtores rurais. Ele palestrou sobre a Helicoverpa Armigera, uma nova lagarta que vem causando prejuízos principalmente às plantações de milho, soja e algodão. Roggia tratou sobre o reconhecimento da lagarta no campo, método correto de amostragem e ferramentas para determinar a necessidade de controle.  Foram dadas orientações sobre a escolha de produtos que sejam seletivos a inimigos naturais da praga tendo menos impacto no ambiente. O pesquisador explica que o primeiro resultado positivo no MIP é a correta proteção da lavoura e ao mesmo tempo usar os produtos de forma racional de modo que o agricultor tenha um bom retorno econômico sem perdas de produtividade.  Para a defesa e combate da lagarta, Roggia explicou que é preciso seguir as orientações técnicas e mostrou que o nível de ação na fase vegetativa da soja é comprovadamente de quatro lagartas pequenas por metro linear da rua de soja ou 30% de desfolha. “Não podemos aplicar inseticidas nem de forma preventiva e nem tardiamente”, garante.

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O agronegócio leva o Brasil nas costas


Os produtores rurais puderam adquirir conhecimentos relevantes através das experiências passadas pelo renomado pesquisador da Embrapa Décio Gazonie que explanou sobre o agronegócio brasileiro e do grande potencial econômico que a agricultura tem no país.

Ele ressalta que o Brasil, há 40 anos era um importador de alimentos e hoje o país é o maior exportador liquido de produtos agrícolas do mundo. Segundo ele o saldo da balança comercial de agronegócios este ano será de 90 bilhões de dólares. Gazonie ressalta que nesses 40 anos a área cultivada no Brasil expandiu em torno de 30%, porém a produção subiu 230% e com isso a produtividade dos agricultores cresceu 130%. “É um ganho de eficiência muito grande, o país exportava cerca de 1 bilhão de dólares e hoje passa de 110 bilhões”, explica. Ele afirma que o agricultor ganhou muito em eficiência no campo o que reduziu drasticamente o preço que o cidadão paga na comida. “O agricultor esta produzindo cada vez mais, melhor e mais barato”, comemora.

Para Gazonie toda essa evolução é devido à melhoria de gestão e ao uso de tecnologia adequada. Significa que o produtor rural deve seguir as recomendações técnicas, de manejo, saber comprar e vender. Ele afirma que para isso o associativismo é fundamental com a participação dos sindicatos e cooperativas em todo esse processo.

Ele finaliza mostrando que o agronegócio corresponde a 1/3 do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. Ele faz um comparativo dizendo que o PIB deve crescer em 2013 cerca de 2,5%, porém o PIB do agronegócio cresce 14,7%. “Se nos tirarmos o agronegócio dessa equação o Brasil terá crescimento negativo”, alerta. Um dado relevante passado por Gazonie é que 37% dos empregos da nação são gerados pela agricultura. “O Agronegócio carrega o Brasil nas costas”, garante.

O pesquisador entende que o governo não está devolvendo para o agronegócio a mesma contra partida que está recebendo, pois o país é altamente eficiente no que se refere á produção de sementes, insumos, maquinas e implementos. Também na produção agrícola de grãos, frutas, hortaliças e pecuário, mas perde grande parte da competitividade com péssima estrutura de armazenagem e transporte. “O Brasil claramente é a bola da vez e se resolver esses gargalos de infraestrutura e logística certamente explode nos próximos anos”, garante.


Gazonie é incisivo quando afirma que o nome do jogo é sustentabilidade. Ele explica que a sociedade global cada vez mais se atenta para a produção com responsabilidade ambiental e social. Os processos de cerificação por parte dos importadores cada vez mais vão querer saber se os produtores estão cortando arvores, se tem mata ciliar, se está poluindo rio, se usa muito veneno, se está tratando dignamente os colaboradores. “Temos que produzir cada vez melhor”, reafirma. 

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