Em assembleia geral
com a participação de grande parte dos
cooperados a situação patrimonial, economia e financeira da COROL foi
apresentada, discutida e aprovada pelos associados
Na semana passada, sexta feira 13 foi definida a contratação
de auditoria investigatória para averiguar possíveis irregularidades cometidas
pela diretoria anterior. Também foi autorizada a liquidação patrimonial dos
bens da cooperativa na tentativa de renegociar a divida de 844 milhões de reais,
e apresentado o balanço patrimonial da cooperativa avaliada em 412 milhões.
Em junho deste ano foram contratadas auditorias para
levantar a real situação da COROL. A empesa Price Waterhouse Cooper analisou o
balanço patrimonial até dezembro de 2012. A Martinelli Advocacia Empresarial fez
os levantamentos jurídicos das questões societárias, trabalhistas,
previdenciárias, tributárias, cíveis e também das certidões. A Engeval
Engenharia de Avaliações Ltda. ficou encarregada de avaliar e determinar o valor
de mercado do patrimônio da cooperativa. Depois de todo este trabalho constatou-se
que o patrimônio da COROL hoje, a preço de mercado é de 412 milhões, porém o
preço de venda forçado em um leilão ou ação judicial não passa de 287 milhões.
Júlio Roberto Zechetto é superintendente administrativo
financeiro informa que com a auditoria foi possível identificar um ajuste no
balanço de 2011 na ordem de 614,7 milhões de diferença do que foi apresentado
naquele ano pela antiga diretoria. “A Auditoria veio para fazer esse tipo de
trabalho levantando inclusive a participação da cooperativa junto a outras
empresas”, aponta.
Zechetto relata que os bens da
instituição serão usados para tentar renegociar com os credores que são bancos
estaduais, federais internacionais estrangeiros. Ele tranquiliza os cooperados
e garante que caso as dívidas não terminem quitadas o agricultor não responderá
pelo débito total não pago pela cooperativa, mas apenas perderá o valor que tem
investido como capital social. “De acordo com o estatuto ele responde apenas
pelo capital social que tem na cooperativa”, garante.
Para Euclênio Vendrametto Junior, vice-presidente da COROL o
ponto principal da assembleia foi a aprovação de uma possível liquidação de seu
patrimônio, pois segundo ele está impossível trabalhar apagando “INCÊNDIOS”
diariamente como leilões, ações trabalhistas e processos. Vendrametto explica que em uma liquidação a cooperativa irá pagar
menos de 25% da divida o que de fato não é interessante para os credores já que
a justiça dá prioridade às ações trabalhistas e dívidas com o Estado. “Por isso
acredito que essa possiblidade de liquidação aprovada em assembleia pode
acalmar os bancos que devem parar de jogar a gente na fogueira (SIC.)”,
desabafa.
João Antônio Menolli, diretor presidente afirma que esta
assembleia foi um marco no cooperativismo norte paranaense devido à forma
democrática e transparente na qual foi apresentado todos os números da
cooperativa e devido à abertura para a total participação dos cooperados.
Daniel Alfredo Rosenthal, diretor secretário da cooperativa
afirma que hoje o agricultor sabe a real situação da COROL e que antigamente
era enganado. “Os números estão aí, nada agradáveis, mas reais e nós da
diretoria sabemos que com o apoio dos cooperados tentaremos chegar a um final
feliz”, garante.
LEIA AINDA
- Irregularidades serão apuradas
- Os próximos passos
Irregularidades serão
apuradas
Na assembleia da COROL realizada dia 13 deste mês foi
aprovada a contratação de uma nova auditoria, mas agora no sentido de
investigar possíveis irregularidades ou fraldes nas contas da cooperativa
realizadas pela diretoria anterior. O advogado Anacleto Giraldeli Filho, assessor
jurídico explica que não existe nenhuma constatação de culpa ou dolo na
condução destes números, porém adianta que existem indícios de irregularidades e
a assembleia aprovou para que eles sejam apurados em uma auditoria
investigativa. Elizeu de Paula, presidente anterior da COROL não foi localizado
para falar sobre os indícios de irregularidades.
Os próximos passos
Como primeira ação a nova diretoria irá até o Governador do
Estado, Beto Richa (PSDB) para pedir sua intervenção junto ao Banco Regional de
Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) no sentido de interromper a cobrança das Notas
de Crédito Rural (NCR). A pedido da antiga diretoria, cerca de 600 produtores
assinaram 903 NCRs no valor de R$ 15 milhões e como a COROL não realizou o
pagamento dos valores os cooperados acabaram protestados tendo seus nomes
incluídos no Serasa. O segundo passo é partir para a renegociação global das dívidas
com os credores e em terceiro momento impedir que o patrimônio vá a leilão por
valores inferiores ao de mercado conforme levantados nas auditorias.
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