Sem estrutura, insumos
e remédios e sem pró-labore os médicos da região não querem mais trabalhar no
Hospital São Rafael que com a saída do diretor técnico corre o risco de ser
fechado pelo CRM
O cargo de diretor técnico do hospital São Rafael foi entregue nesta última terça (17) e Czekalski justifica que pediu demissão devido às péssimas condições de trabalho que o HSR oferece aos profissionais. Segundo ele existem falhas na estrutura física de leitos que são sobrecarregados por atender as cidades vizinhas, não há recursos como à falta esporádica de medicamentos e insumos hospitalares além do constante atraso no pagamento dos honorários dos médicos. “Tem profissionais sem receber há oito meses”, alerta.
O médico ressalta que trabalhava como diretor desde maio de 2012 e neste período vem avisando a diretoria sobre a situação que se tornou insustentável. Ele relata que teve situações em que pagou do próprio bolso a remuneração de um plantonista para não deixar o hospital sem médico, ressalva que foi ressarcido, e destaca o empenho dos médicos que trabalham no local. “Se não fosse o comprometimento dos profissionais o hospital já teria fechado”, afirma. Czekalski ainda continua atuando como chefe do departamento de ginecologia, obstetrícia e plantonista no hospital.
Para ele as autoridades já estão cientes da situação caótica que se arrasta há mais de um ano e reconhece o empenho do poder público e também as ações do Ministério Público, porém entende que nada de efetivo foi feito para resolver os problemas que se acumulam na saúde do município.
O Hospital São Rafael atende cerca de sete cidades da região, porém não tem estrutura para atuar como regional o que agrava ainda mais a situação. Segundo o médico João Jorge Nascif, que trabalha como ortopedista no hospital, o maior problema é a falta de recursos e atrasos constantes no repasse das verbas aos médicos, advindas dos convênios particulares e públicos. Para Nascif a solução é restringir o atendimento apenas para pacientes de emergência e urgência com risco de morte. “Vocês do hospital fazem acordo político por aí e nós médicos pagamos o pato”, dispara.
Ele garante que dos 14 médicos efetivos que atuam no hospital e moram em Rolândia, nenhum quer assumir o cargo de Diretor Técnico devido às condições precárias de trabalho e da grande responsabilidade gerada pela dívida que o HSR tem com funcionários e fornecedores. Como exemplo ele cita a empresa Artrofix que fornece material ortopédico. “A empresa está ameaçando de retirar o material de dentro do hospital, sem isso a gente não opera os pacientes”, alerta.
Nascif informou que o Diretor Administrativo do HSR, Antônio Carlos Gonçalves Ribeiro esteve em Londrina na 17ª regional de saúde nesta quarta (18) levando as reivindicações do corpo clínico. Esteve também no Conselho Regional de Medicina (CRM) na quinta-feira (19) para informar que o hospital está sem diretor técnico e solicitar uma medida provisória para que não precise fechar as portas. Até o fechamento desta edição Ribeiro não retornou os contatos feitos pela reportagem.
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