O modelo de televisão
britânico da BBC é considerado pelo autor Laurindo Lalo Leal Filho como a
melhor TV do mundo
Isto porque as concessões são “dadas” pelo Estado às emissoras e por esse motivo elas têm a obrigação de servirem como um elo de transmissão entre as fontes e o público.
A TV e o rádio deveriam estar classificados entre as instituições de ensino, como bibliotecas e universidades e não como meros agentes servidores das fogueiras da vaidade política, do refugio da megalomania e das ambições do poder.
As emissoras são veículos da produção cultural de um povo e por isso não podem ser contaminados por interferências politicas ou comerciais.
As concessões são públicas e estão diretamente ligadas a apadrinhamentos políticos de deputados e senadores que as concedem aos “proprietários” das mídias que fazem dela o que bem entendem.
No modelo da BBC as emissoras para terem sua independência são financiadas pelo público que as consomem e não dependem de financiamentos políticos ou comerciais. Elas existem através da “licença paga” na qual os telespectadores pagam uma taxa anual por aparelho de rádio e televisor, sistema esse que até hoje sustenta parte do sistema público britânico de rádio e televisão.
Mas de fato não se trata de discutir o regime de propriedade e financiamento das emissoras, mas da forma de controle da programação socialmente estabelecida e seus reflexos nas relações com a audiência consumidora.
No Brasil a TV Cultura e as rádios comunitárias deveriam ser veículos a serviço da população e não dos coronéis e oportunistas que as utilizam como meios de propagação e manutenção do poder público a qual lhes interessa.
Estas emissoras deveriam apresentar altas doses de politização gerando formas de controle e contracontrole capazes de resultar na elaboração de programas balanceados, responsáveis pela elevação do grau de participação dos cidadãos nos destinos políticos da sociedade.
Uma forma de melhorar esta condição seria a regulação do setor, porém no Brasil, a discussão não é feita. Predominam mentalidades que acreditam que não falar sobre o tema é melhor para a liberdade de imprensa, mas a pior coisa que pode acontecer no país é não se debater a regulação ou a autorregulação.
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