Em 2013
foram vendidos US$ 1,35 bilhão de agroquímicos, mas a quantidade efetivamente
utilizada nas lavouras paranaenses caiu 22,25%
O setor de defensivos agrícolas movimentou US$ 1,35 bilhão no
Paraná em 2013, um aumento de 20,53% em relação ao US$ 1,12 bilhão negociados
em 2012. O Estado ficou novamente na terceira colocação no ranking, atrás apenas
de Mato Grosso (US$ 2,50 bilhões) e São Paulo (US$ 1,61 bilhão), segundo dados
do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg).
Em contrapartida, a quantidade de agroquímicos efetivamente utilizados nas
lavouras paranaenses caiu em proporção maior: 22,25%.
Segundo dados do Sistema de Monitoramento do Comércio e Uso de
Agrotóxicos no Estado do Paraná (Siagro), no ano passado foram aplicados 118,4
milhões de kg/litros de defensivos no Paraná, contra 152,3 milhões de kg/litros
em 2012. O Siagro coleta informações reais sobre a quantidade vendida para ser
utilizada nas lavouras do Estado, ou seja, o comércio de revendas daqui para
outros Estados, por exemplo, não entram na conta.
O coordenador da fiscalização de agrotóxicos da Agência de
Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), João Miguel Tosato, comemora a redução
no uso efetivo de agroquímicos no Estado, especialmente pelo Brasil ser o País
que lidera o consumo mundial pelo quarto ano consecutivo. Além disso, houve
aumento na área plantada de grãos na safra 2013/14, de 5%. Segundo Tosato,
ações como o programa “Plante o seu Futuro”, ajudaram na obtenção desse índice.
“O programa envolveu Seab, Faep, Adapar, Emater, Ocepar,
cooperativas e agricultores, e rodou o Estado dizendo que nós queremos uma
produção agrícola forte, mas livre de agrotóxicos. E que seja ampliado o manejo
integrado de pragas”, defende. Na opinião de Tosato, o surgimento da lagarta
Helicoverpa armigera, que assustou agricultores em todo o País e também no Estado,
em 2013, serviu como forma de “pressão do mercado” para a venda de
agroquímicos.
“Às vezes por uma suspeita o agricultor já queria aplicar o
veneno; conseguimos esclarecer e muitos que aplicavam de 8 a 10 vezes reduziram
para 2 vezes”, relata. Tosato defende a existência de empresas idôneas
comercializadoras de agrotóxicos no mercado, “mas também existem muitas com
foco apenas no lucro”, que não priorizam a saúde humana nem a proteção do meio
ambiente. Ele defende a assessoria agronômica como forma de racionalizar o uso
de produtos químicos.
“Os profissionais de agronomia têm a responsabilidade de fazer o
diagnóstico antes de prescrever uma receita, e os agricultores devem procurar
um profissional de confiança para ver se tem mesmo que usar, e em que quantidade”,
diz.
País
No Brasil, as vendas totais de defensivos agrícolas fecharam
2013 em US$ 11,45 bilhões, um incremento de 18% frente aos US$ 9,71 bilhões no
ano anterior, segundo o Sindiveg. A participação dos inseticidas aumentou de
37% em 2012 para 40% em 2013, atingindo os US$ 4,55 bilhões. O mercado de
herbicidas cresceu 19%, ou US$ 3,73 bilhões, e os fungicidas registraram
aumento de 5%, totalizando US$ 2,59 bilhões. Os acaricidas e outros produtos
cresceram 18% e 13%, movimentando, respectivamente, US$ 119 milhões e US$ 450
milhões.
O Sindiveg também divulgou os números de apreensões de
defensivos ilegais no País. No ano passado, foram apreendidas 34,6 toneladas,
uma elevação de 166% frente as 13 toneladas de 2012. Em 2010, os produtos
falsificados representavam 5% das apreensões e, em 2014, esse número cresceu
para 50%.
Fonte: Folha de Londrina – 06/08/2014
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