O Cemitério Municipal de Rolândia só tem mais três vagas para serem vendidas. Além, ainda restam apenas 18 lugares nos gavetões. Longe do início da construção do novo cemitério a solução paliativa é desenterrar os mortos das covas abandonadas para liberar mais espaço, porém até mesmo o ossário já está no limite
O Diretor do Cemitério Municipal de Rolândia, Alexandre Brunozi, 42, já vem relatando há alguns anos a sua preocupação com o esgotamento do espaço físico do local. Ele relata em entrevistas anteriores que desde 2007 medidas paliativas vêm sendo realizadas, porém a necessidade da construção de um novo cemitério está cada vez mais evidente e emergencial e agora chegou no limite.
Gavetões onde são enterrados aqueles que
não tem dinheiro para comprar um espaço.
Destes restam apenas 18, o pedido é para que
sejam construídos pelo menos mais 90
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Segundo o agente funerário, Mário Lúcio Pereira restam apenas três vagas, chamadas de carneiras para serem vendidas ao preço de R$ 1 mil cada. Para aqueles que não podem pagar sobram somente 18, dos 180 gavetões, espaços construídos no muro onde são colocados os caixões.
O agente relata que são sepultadas cerca de 40 a 50 pessoas por mês e com essa demanda seria preciso de imediato a construção de pelo menos mais 90 gavetões. Já para conseguir mais espaço nas carneiras o cemitério está, já há algum tempo através de convocações e publicações, informando os familiares daqueles túmulos que estão há bastante tempo abandonados.
Ossário, local onde é armazenado as ossadas retiradas
dos túmulos para liberar espaço para novos sepultamentos.
Também já não há mais espaço e precisa de um novo local
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Quando não existe nenhuma reivindicação os ossos são exumados e armazenados no ossário, liberando o espaço para um novo sepultamento. Porém este ossário também já não suporta mais e é preciso a construção e um novo.
Segundo o engenheiro da secretaria de obras, Claudio Metzger uma reunião foi feita há cerca de um mês entre o diretor do cemitério e a administração anterior. Neta ocasião o diretor avisou o então prefeito que o cemitério suportaria apenas mais 30 dias, porém nada foi feito até o momento.
Metzger apresenta duas opções para resolver de forma emergencial e paliativa o problema. Uma seria a construção de mais 40 carneiras no terreno da prefeitura que fica ao lado do cemitério atual, local onde hoje tem uma casa de madeira na Rua Prudente de Moraes.
Outra solução a médio prazo seria iniciar as obras do novo cemitério cercando apenas uma parte do terreno e erguendo uma guarita, assim liberando para começar a realizar os sepultamentos em pouco tempo. Ele acredita na possibilidade de executar o projeto de construção do novo cemitério em etapas conforme fossem sendo angariados os recursos necessários
O problema apontado por Metzger é que para que os sepultamentos comecem a ser feitos no novo cemitério é preciso da licença de Operação do IAP (Instituto Ambiental do Paraná) que só libera depois de todo o projeto executado.
O prefeito interino José de Paula Martins garante que estará em conversa com o IAP para achar uma forma de conseguir tais liberações conforme as etapas forem ficando prontas.
Quanto aos 90 gavetões o engenheiro Claudio Metzger explica que para construí-los no local atual será preciso um processo de licitação que deve demorar cerca de 60 dias.
Em qualquer das opções fica claro que a situação é grave, pois o tempo de execução das obras não corresponde ao número médio de mortes que acontecem na cidade.
O novo cemitério
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Vereador Reginaldo Silva conversa com o agente
Mário Lúcio Pereira sobre a falta de
espaço no cemitério municipal
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O projeto para a construção de um novo cemitério existe desde 2013, e já passou pelas fases de aquisição do terreno, localizado na saída da cidade sentido São Martinho, atrás da AABB. A entrada deste cemitério está prevista pela Rua Europa através do prolongamento da Rua Wenceslau Braz onde ficava o antigo curtume Berger.
Com as licenças Prévia e de Instalação o projeto agora precisa entrar na fase de licitação, porém a prefeitura não tem os R$ 1,8 milhão, recurso previsto para a construção. Nos R$ 8 milhões emprestados do Estado estavam previstas apenas a construção da Avenida que leva até o terreno.
Consta no site da prefeitura em publicação feita dia 30 de abril de 2012 que com uma área de 3,5 alqueires paulistas, o local daria início a solução emergencial para um novo Cemitério na cidade, situado na Estrada da Pedreira, denominado “Chácara Córrego Vermelho”. Porém o prazo se esgotou assim como as vagas do cemitério atual e até agora nada foi feito.
O vereador Reginaldo Silva (PP) foi quem apontou para o problema esta semana quando esteve no local onde deverá ser construído o novo cemitério e também no cemitério atual conversando com os funcionários. Ele lamenta que a situação tenha chego neste ponto e pede uma solução o mais rápido possível. "Estamos em conversa com a administração e também com os deputados que temos contato para tentar conseguir pelo menos uma parcela do recurso necessário para construir o novo cemitério", garante.
Descansam no Cemitério Municipal de Rolândia 26.087 pessoas sepultadas em aproximadamente 12 mil sepulturas, 180 gavetões e 400 ossários. A primeira pessoa a ser sepultada foi o lavrador Augusto José da Silva, conhecido como Português, no dia 20 de agosto 1936.
Trabalham atualmente seis funcionários concursados sendo um diretor, um agente funerário, dois coveiros e duas zeladoras. O cemitério atende de segunda a sexta das 7h às 18h. Nos finais de semana e feriados das 7h às 11h e através de plantão.
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