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"Jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique. Todo o resto é publicidade". George Orwell

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

A falta de água é apenas o começo

Especialista usa a tribuna e afirma que o racionamento de água na cidade acontece por falta de planejamento e cuidado com os rios e nascentes. Ela afirma que a tendência é piorar se nada for feito a tempo

A doutora Maria Josefa Santos Yabe (Química – UEL) esteve em Rolândia na sessão da Câmara de Vereadores realizada dia 25 a convite do vereador José de Paula Martins (PSD). Ela explanou sobre os perigos de contaminação dos recursos hídricos da cidade por chumbo caso uma indústria de baterias venha a se instalar na cidade.

Segundo Yabe a PR 170, local onde a empresa pretende se instalar está na região de espigão de água, local onde os rios se encontram e as águas se dividem e a industrialização ao longo do espigão Rolândia – São Martinho é incompatível com a precária situação quanto ao abastecimento de água na cidade. “O caminho das águas inicia no espigão” garante.


 Yabe também relatou sobre o problema de racionamento de água em Rolândia afirmando que esse problema não acontece por falta de nascentes e rios, pois Rolândia é extremamente rica neste aspecto, mas porque falta planejamento a longo prazo, preservação dos recursos naturais através de fiscalização eficaz e educação da população.

 A especialista garante que mudanças reais só serão possíveis a partir de uma educação que exponha a realidade através de um amplo diagnóstico e do envolvimento da comunidade.

Análise comprova solo contaminado

Análise feita em solo de Londrina, próximo a GNB comprova que o local está contaminado por chumbo em até 3.000% a mais do aceitável

Em sua palestra na câmara de vereadores a pesquisadora doutora Maria Josefa Santos Yabe contou que um amigo seu pretendia construir uma casa em um condomínio próximo da Indústria de baterias GNB, localizada nas redondezas do shopping Catuaí. Preocupado com a contaminação do local ele solicitou à pesquisadora que fizesse uma análise do solo onde se pretendia construir a casa. Yabe explica que o ideal tolerável é que se encontre 20, ou menos miligramas de chumbo por quilo de solo. Surpreendentemente a análise revelou que no local havia 580 miligramas por quilo de solo. Segundo ela o homem desistiu de construir próximo ao local. “Passou de 30 já é preocupante, 580 é um absurdo”, lamenta.
Yabe afirma que esta empresa é descompromissada e solta os resíduos de madrugada para fugir da fiscalização. O pó de chumbo que é extremamente fino se deposita no solo, nas calçadas e pode contaminar as pessoas que tem contato com estas partículas.

Além dos condomínios, casas e prédios existem duas universidades vizinhas da GNB e questionada sobre o perigo que os alunos correm Yabe foi enfática em afirmar que existe a eminente contaminação por chumbo devido à exposição diária que eles sofrem. Segundo ela as calçadas da universidade e até as carteiras podem sofrer a contaminação e quando o aluno tem contato com estes locais o pó fino sobe e é inspirado pela pessoa, ou levado até a boca pela mão que passa em cima da carteira universitária. A empresa GNB foi procurada, mas não se manifestou até o fechamento desta edição.

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Indústria de Baterias ainda pode vir

Licencia prévia para instalação de indústria de baterias em Rolândia é solicitada ao IAP

Foi publicada na Folha de Londrina do dia 17 de agosto de 2013 (Ed. 19.560, pág. 5 do caderno Folha Classificados), uma súmula informando que Renato Batista Esperandio está requerendo licença prévia junto ao Instituto Ambiental do Paraná (IAP) para a instalação de uma indústria de beneficiamento de matéria prima para acumuladores de energia (Bateria) a ser implantada na estrada Rolândia - Porecatu, Lote 133-A, Gleba Roland, (PR 170).

Em contato com o IAP a informação é que ainda não consta em seus registros nenhum pedido de licença. Nelson Santos Pereira, engenheiro responsável pelo setor de licenciamento explica que para o IAP é preciso uma série de documentos e dentre eles se faz necessário uma carta da prefeitura dando autorização. “A prefeitura é soberana com relação aos empreendimentos no perímetro urbano”, afirma. Segundo o engenheiro é a prefeitura que diz em seu plano diretor qual empresa pode ou não se instalar. Questionado ele explica que a reciclagem de baterias é mais preocupante, pois trabalha com a fundição do chumbo e apresentam problemas de poluição atmosférica.

GNB apresenta projeto de uma recicladora

Após três anos negando a vinda desta indústria depois de pedido de licença prévia o prefeito Johnny Lehmann garante que se trata de uma indústria que fará apenas as caixas de plástico das baterias

Apesar da negativa do prefeito os fatos mostram que se trata sim de uma indústria de baterias e para os ambientalistas e agricultores duas situações comprovam a suspeita. Primeira é a apresentação feita, pelo próprio prefeito em 2011 do Grupo Nacional de Baterias (GNB), empresa argentina que comprou a indústria Baterias Heifor de Londrina. Na ocasião Lehamnn apresentou Alberto Baccarim como um dos representantes da Bradema S.A., empresa de Consultoria Ambiental. O fato ocorreu em uma reunião na secretaria de Planejamento do município. 

Na ocasião Baccarim afirmou claramente a intenção de instalar uma recicladora de Baterias. Outro ponto é a clara afirmação da promotora de meio ambiente de Londrina, Solange Vicentin, que fala sobre a decisão do Ministério Público (MP) em obrigar a Heifor sair de Londrina devido à área urbana estar cada vez mais próxima da indústria localizada perto do shopping Catuaí. Ela confirma a existência do processo da possível instalação de uma recicladora de baterias em Rolândia.

Industrialização da PR 170 deve voltar para a câmara

Em maio deste ano o executivo apresentou na câmara de vereadores o projeto de lei 003/2013 que visa transformar a PR 170 em área industrial, região que hoje, de acordo com o plano diretor do município é área urbana. Segundo a frente contrária a vinda da GNB para Rolândia este projeto visa viabilizar a instalação da empresa de baterias. Para eles, se industrializada esta área que é extremamente fértil será transformada em local liberado para a instalação de “Indústrias Incômodas, Nocivas e Perigosas”, como consta na lei de zoneamento proposta no projeto. Este não chegou a ir para plenário, mas muitos dos vereadores já se posicionaram contra a industrialização daquela área. 

Em reunião realizada no Conselho Municipal de Meio Ambiente (COMDEMA) em maio de 2012 o então vereador e presidente da câmara José Danilson, hoje vice-prefeito, estava presente e assumiu o compromisso de que se um projeto para a transformação daquela área em industrial fosse para a câmara de vereadores seria reprovado por ele.
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Disputa vem desde 2010

A pergunta dos agricultores, do Conselho Municipal de Meio Ambiente (COMDEMA) e de ambientalistas é POR QUE TANTO SIGILO?

O sigilo é sobre a instalação de uma empresa argentina que assombra o berço do plantio direto. Esta empresa tentou em 2011 se instalar perto do Curtume Vanzela. Diante da negativa dos agricultores e devido o proprietário se recusar vender suas terras, próximas ao Vanzela, a empresa recuou.

Após um ano agricultores do Km 7, PR 170, saída para São Martinho descobriram que alguém teria comprado cerca de cinco alqueires naquela região com a intenção de instalar uma indústria de baterias. Averiguando mais a fundo estes agricultores levantaram a informação de que seria a mesma empresa GNB que tentou se instalar próximo ao Vanzela.

Os agricultores novamente se uniram aos ambientalistas e com o apoio de vários cidadãos saíram em busca de maiores informações. Junto à secretaria de infraestrutura, por telefone o empresário Adrian Saegesser falou com o secretário de desenvolvimento Ernesto Nogueira quando foi informado por ele que realmente seria construída uma indústria de baterias em Rolândia.


Tal informação alarmou a população contra esta indústria que vem desde 2012 se movimentando para obter mais informações da prefeitura, que após a rejeição em 2011, persistia em negar a possível vinda desta indústria. “O que se sabe, é que um empresário comprou uma área particular para instalação de uma nova empresa na expansão do Parque Industrial de Rolândia até o Distrito de São Martinho”, informou em nota a assessoria da prefeitura no ano de 2012. A negativa se deu durante toda a campanha eleitoral do atual prefeito e persistiu até agora quando o pedido de licença foi publicado na Folha de Londrina e só então o executivo começou a afirmar que se trata de uma indústria extrusora de plástico que irá fabricar apenas as caixas das baterias.

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